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Desafios dos Corpos Estranhos na Indústria Alimentar

Na indústria alimentar, garantir a segurança e a qualidade dos produtos é um dos pilares fundamentais para proteger a saúde dos consumidores e preservar a reputação das empresas. Nesse contexto, a presença de corpos estranhos nos alimentos representa um dos maiores desafios enfrentados pelo setor. Entre estes, os plásticos de baixa densidade destacam-se como particularmente problemáticos devido à dificuldade na sua deteção e ao impacto potencial na segurança alimentar.

A Origem dos Corpos Estranhos

Os corpos estranhos podem entrar na cadeia de produção alimentar de várias formas:

  • Contaminações provenientes de equipamentos ou materiais de embalagem.
  • Matérias-primas que chegam contaminadas às instalações de produção.
  • Erros humanos durante os processos de manuseamento e produção.

Embora metais, vidros e pedras sejam frequentemente encontrados, o plástico, especialmente o de baixa densidade, tem-se tornado cada vez mais comum devido ao seu uso generalizado em embalagens e processos de transporte.

Desafios na Deteção de Plásticos de Baixa Densidade

Os plásticos de baixa densidade, como os utilizados em películas protetoras, sacos plásticos finos e embalagens flexíveis, são difíceis de detetar durante a produção alimentar. Esta dificuldade está relacionada com várias características específicas deste material:

  1. Baixa Densidade e Opacidade
    Ao contrário de metais ou vidros, que possuem elevada densidade e são facilmente identificados por detetores de raio-X ou magnetómetros, os plásticos de baixa densidade apresentam uma densidade semelhante ou inferior à dos alimentos. Isto torna a sua deteção por raio-X particularmente desafiante, especialmente em produtos com densidade similar, como massas, vegetais ou produtos congelados.
  2. Ausência de Condutividade
    Métodos baseados em deteção magnética ou eletromagnética não são eficazes para plásticos, uma vez que estes não são condutores de eletricidade nem possuem propriedades magnéticas.
  3. Transparência e Flexibilidade
    Muitas vezes invisíveis a olho nu e extremamente leves, os plásticos de baixa densidade podem passar despercebidos entre os alimentos ou aderir às superfícies de equipamentos de forma quase impercetível.
  4. Integração com o Produto
    Em algumas situações, fragmentos de plástico podem assemelhar-se ao produto final, dificultando ainda mais a deteção, tanto manual como automatizada.

Soluções e Estratégias para Mitigação

Embora o desafio seja significativo, a indústria tem vindo a adotar estratégias para minimizar o impacto dos corpos estranhos, incluindo os plásticos de baixa densidade:

  • Avanços na Tecnologia de Inspeção
    Sistemas de raio-X mais avançados e configurados para uma sensibilidade extrema conseguem detetar alguns tipos de plásticos, embora não com a mesma eficiência que metais ou vidros. Estão também a ser desenvolvidas novas tecnologias que combinam raio-X com análise de espectro de materiais.
  • Utilização de Polímeros Detetáveis
    A incorporação de partículas metálicas ou aditivos nos plásticos durante o processo de fabrico torna estes materiais detetáveis por equipamentos de inspeção padrão, como detetores de metais e raio-X.
  • Auditorias Rigorosas aos Processos e Materiais
    Garantir que os fornecedores seguem normas rigorosas de qualidade e implementar controlos em cada etapa do processo pode reduzir significativamente o risco de introdução de plásticos.
  • Sensibilização e Formação
    Capacitar os colaboradores para identificar potenciais fontes de corpos estranhos e promover a manutenção preventiva dos equipamentos reduz a probabilidade de contaminações.

Conclusão

O controlo de corpos estranhos, especialmente plásticos de baixa densidade, é um desafio contínuo na indústria alimentar. Apesar das dificuldades técnicas e operacionais, a combinação de avanços tecnológicos, práticas rigorosas de gestão da qualidade e inovação em materiais oferece caminhos promissores para mitigar estes riscos. Ao investir em soluções integradas, as empresas podem proteger a saúde do consumidor, evitar a recolha de produtos e reforçar a sua credibilidade no mercado.